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Se uma qualquer espécie inteligente, extra-terrestre, visitasse a Terra e a estudasse, tiraria conclusões - para nós - bem preocupantes:

O Planeta existe à 4,5 mil milhões de anos. Desde há cerca de mil milhões, foi sucessivamente ocupado por muitas espécies animais até que uma delas, os Dinossauros, dminaram por muitos milhões de anos. Há 65 milhões de anos, essa espécie acabou dizimada pela queda de um meteorito, abrindo caminho para que uma outra ocupasse o seu espaço no topo da cadeia de poder.


O Planeta Terra situa-se no Sistema Solar que, por mais 1,5 mil milhões de anos, terá condições para suportar vida. Depois disso, o Sol tornar-se-há tão quente que será impossível manter qualquer espécie viva, até que, no final, absorverá o planeta.

Sem grandes dificuldades, aqueles visitantes concluirão estar perante uma praga biológica em crescimento e consumo de recursos naturais, a ritmos incomportáveis, sem que se vislumbre qualquer controlo ou capacidade de inversão da situação, com o mínimo de eficácia, danificando continua e profundamente o (seu) meio ambiente, num processo que só poderá levar a um fim trágico.

A nós, raça humana, custar-nos-há um pouco reconhecer a condição degradante de sermos reduzidos a uma praga biológica. Mas ... os extra-terrestres terão razão.

A evolução demográfica continuará enquanto se mantiverem as condições para tal. A História Humana demonstra que – até hoje – todas as sociedades humanas cresceram de forma proporcional ao aumento do número de indivíduos que as compõem. Desde sempre, os pais contaram com (e fizeram) filhos para assegurar o seu futuro e o das comunidades onde se inseriam. Que cresceram à conta dos (cada vez mais) novos elementos.

Na China, foi tentada uma contenção do crescimento populacional. Hoje, a situação está a ser invertida pois concluiu-se o esperado: o paradigma do crescimento, na sociedade actual, depende, em muito, do crescimento populacional... O que se torna numa dependência perigosa quando o Planeta, a sua capacidade de "encaixe" e os recursos que dispõe, atingem os seus limites.

Nos Países desenvolvidos, onde a demografia regrediu, passou-se a depender fortemente de novos trabalhadores, vindos do exterior, para o sustento do "crescimento económico" local. Abriram-se as portas à emigração de novos habitantes que substituíram os autóctones nesse processo de (necessária) renovação populacional, tão determinante para o "crescimento económico" das actuais sociedades desenvolvidas. Quer se queira, quer não se queira reconhecer, a Alemanha não seria o que é hoje, sem a emigração significativa e crescente que vai garantindo o funcionamento da sua indústria e suportando o seu crescimento. Mas, até quando é sustentável esse processo e com que custos? Nomeadamente no que se refere ao equilíbrio social e à sua cultura, tão relevante para o País que faz com que ele seja o que é hoje? 

Tudo isto leva-nos a uma conclusão simples, facilmente perceptível pelos nossos visitantes do espaço: os humanos implementaram uma sociedade baseada num sistema de pirâmide (Ponzi ou Dona Branca), fazendo depender o seu crescimento e a melhoria dos seus níveis de vida, do crescimento populacional.

Infelizmente, todos os esquemas deste tipo têm um fim. E o fim é trágico, penalizando aqueles que lá estiverem, no topo da pirâmide, na altura da rotura. Só que esta rotura, desta pirâmide, determinará o fim de um ciclo e uma vida futura, muito diferente da actual, para grande parte da população mundial.

Das duas uma: ou se antecipa e se precavê esse destino agora, de imediato, ou, para os países desenvolvidos, a pirâmide ruirá num período de tempo mínimo, com graves consequências. E esse prazo é tão curto que até poderemos arriscar que, nessa altura, por cá ainda estarão muitos dos que hoje, ainda poderão ter uma palavra a dizer. É que, apenas deixando andar, tudo se complicará…

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