Desenvolvimento.r2

Desenvolvimento = uma palavra-chave nas últimas dezenas de anos.
Crescimento = outro pressuposto fundamental. 

A recessão é o "terror" dos economistas (são quase todos) que se sustentam num modelo de crescimento constante, ou quase constante, pois pode ser interrompido, pontualmente, por uma qualquer crise ou ajuste, mas que logo volta a inflectir positivamente.

Infelizmente, nada pode crescer indefinidamente. 

O planeta Terra (e o seu ambiente) tem limites e a população humana não se pode multiplicar sem que a riqueza disponível para cada habitante se reduza. Até porque as matérias-primas são esgotáveis ou cada vez mais caras, pela dificuldade crescente de extracção (sendo relevante o caso dos combustíveis fosseis).

Poderá haver mais desenvolvimento, sem crescimento?

Nos parâmetros actuais e nos países desenvolvidos, dificilmente. O modelo de desenvolvimento económico actual está centrado e depende, em exclusivo, do crescimento constante. Que é sustentado na filosofia do esquema de Ponzi, piramidal.

Numa Nova Sociedade, teremos que encontrar uma solução para que a resposta para aquela questão possa ser sim. Caso contrário, não haverá fim para a roda livres do endividamento.

A globalização fez descolar o capital para a “nuvem”. Onde actualmente está, baseado em inúmeras praças financeiras, centros internacionais de negócios ou num qualquer off-shore. As empresas seguiram o capital. E também passaram a estar nessa nuvem. Deixaram de ser empresas multinacionais e passaram a ser empresas sem nacionalidade e localização física, acabando por se materializar, conforme as circunstâncias e de forma volátil, em qualquer parte do Mundo.  Onde a oferta laboral seja mais eficaz (e barata), onde o capital está (disponível), onde os impostos são inferiores, onde a justiça funciona, onde sabem que podem sair com a facilidade que entraram. Em resumo, onde a  análise simples de custo/qualidade as conduzem. Nessa deslocalização levam (muito) trabalho. Nessa materialização trazem esse trabalho.

Os empregos criados por esse trabalho, (por agora) sem grandes necessidades formativas associadas (manufactura) saíram, definitivamente, dos países desenvolvidos. E não voltarão tão cedoAs fabricas deslocalizaram-se para os países emergentes, “em desenvolvimento”, onde aquelas empresas globais encontraram as respostas e contrapartidas que necessitavam: mão-de-obra barata, mas também segurança para o seu investimento, fiscalidade razoável, justiça rápida e, não menos importante, liberdade de entrada e saída de capitais e investimento (o abre-fecha das fábricas) assegurando a concretização de investimentos rentáveis, de forma fluída.

A CHINA

A China é, actualmente, a melhor resposta aos investidores globais. Por razões “duras” para muitos, que se dirão “politicamente incorrectas”, nos países ocidentais.

A sua política interna, por se basear numa ditadura de partido único, foi a de criar, dentro do País, zonas económicas especiais, limitadas e restritas, de enorme “aquecimento” económico. Aí, criou condições ímpares para o desenvolvimento e atracção do capital, impossíveis num país democrático onde a igualdade de tratamento das populações é uma exigência básica e onde as opções e decisões são determinadas por processos democráticos, que exigem consultas e/ou definições programáticas que determinam maiorias eleitorais que elegem (por vezes indirectamente) os executivos.

Dessa forma, manteve enormes desigualdades entre zonas distintas do seu território, assegurando, internamente os dois “pólos” de aquecimento económico (de hiper-desenvolvimento e sub-desenvolvimento) que são a condição necessária para que o capital circule e o crescimento aconteça. Uma parte da sua população vive como em qualquer país desenvolvido, a outra respeita à mão-se-obra barata (uma parte já activa, nas fábricas, outra, como "reserva", ainda nos campos e zonas rurais mais remotas).

Assim, distinguem-se claramente os países em desenvolvimento (sob um regime democrático ou sob um regime não democrático).

O JAPÃO

O Japão já vive em estagnação há muitos anos. Isso deve-se ao facto do seu desenvolvimento ter atingido (nos anos 70 e 80 do século passado) “aquecimentos elevados”, tendo transformado o seu território, no seu todo, num “pólo positivo” que procurou, mais tarde, os países vizinhos para situar o seu (necessário) “pólo negativo”.

Sequencialmente, as suas empresas, antes locais, globalizaram-se e levaram o trabalho para esses países vizinhos (e não só) criando um estado de “dormência” interna que, mesmo assim, é ainda a primeira fase do início da queda. Neste momento, o Japão está estagnado mas não ainda na fase do “ajustamento em queda”, devido a enormes investimentos públicos com base em dívida pública suportado por poupança interna. Facto este que vai adiando a recessão e salvaguardando o país de quedas económicas maiores e mais bruscas.

O Japão é um caso de estudo para os outros países desenvolvidos. Apenas porque os precede no processo de transição. Mas a “decalage” vai-se reduzindo rapidamente. E essa rapidez pode ser negativamente determinante pois muitos países Europeus e os EUA, ao contrário do que tem feito o Japão, vêm suportando o seu crescimento em défices e cada vez maior dívida pública assegurada por capitais externos

Claro que, mesmo assim, o facto do Japão utilizar poupança interna para suportar a dívida pública não evitará a queda da riqueza disponível, mas tão só permitirá que o processo de adaptação se faça internamente e não de uma forma, provavelmente mais dura, imposta pelos credores. O que poderá acontecer nos EUA e na Europa, nomeadamente nos países mais endividados.

Acontecimentos e acidentes ambientais de larga escala no Japão (terremoto, maremoto e crise nuclear) poderão precipitar tudo. E obrigar ao "regresso" de muita poupança e investimento colocado no exterior (EUA?) a fim de sustentar a recuperação agora necessária. Mas não só, pois esse investimento, no exterior poderá se relevar necessário, mais cedo do que o previsto, para enfrentar o problema do endividamento público.

OUTROS CASOS

Os países Europeus e os EUA conseguiram - por agora - adiar a estagnação "Japão", por conta do facto dos seus vizinhos (menos desenvolvidos) ainda não terem reunido (vão agora conseguindo isso) as condições estruturais para serem os pólos negativos dos processos globais de desenvolvimento, para as empresas (ainda) locais nos EUA (México) e Europa (de Leste). Mas isto não dura para sempre...

E não só: esses blocos económicos (os maiores do Mundo, com a China) apenas não estagnaram já porque começaram a garantir a manutenção do seu crescimento (taxas  anémicas) com base em acréscimos de dívida gerados pelos défices que passaram a ser estruturais. Ironicamente (no caso dos EUA), esses recursos financeiros vieram, numa grande parte do "estagnado" Japão (outra grande parte, da China) via investimento em títulos de dívida pública e através da compra de dólares (fabricados pelo FED).

Ou seja, a dívida pública e externa aumenta a ritmos elevadíssimos (7 ou 8% do valor do PIB) e a economia "cresce" apenas 1 ou 2%...

A globalização e a abertura de mais canais de relação comercial, de mais e melhores sistemas de transporte global (aproximação aos produtores asiáticos), a melhoria das condições de segurança para os capitais e para os investimentos em alguns países do bloco de leste europeu veio trazer o problema japonês para a Europa.

Nos EUA, os défices orçamentais públicos, o endividamento das empresas e dos particulares são, em grande parte, financiados pelo exterior. E a ideia entranhada da "defesa intransigente  da "forma de vida americana", do crescimento baseada no consumo, desprotege a Nação que, cada vez mais, consome externo

E isto com Obama eleito e reeleito pela maioria da população subsidiada sob a promessa de mais Estado Social socialista que se quer parecido ou tendencialmente parecido com o usufruído na Europa. Onde o mesmo está a definhar ou a fazer definhar as economias.

O risco nos EUA é gigantesco. A economia poderá cair de um momento para outro pelas mesmas razões que afligem alguns Países europeus periféricos que, simplesmente, gastam mais do que produzem. 

Mas a dimensão dos EUA é outra pelo que, também, as consequências que daí poderão advir. Vivem sobre "almofadas" financeiras - recursos externos emprestados - que, se são retiradas (ou reduzidas) criarão um problema monumental. Essas duas almofadas (investimentos japoneses e chineses em títulos de dívida americana) são dois pilares que, se falham, no refinanciamento da dívida americana (nem falando no financiamento do défice que será crescente com mais estado social), "entornarão o caldo". A situação interna japonesa, criada pelas crises ambientais e nucleares, poderá dar o mote. Os recursos investidos nos EUA, poderão estar de volta ao Japão...

Alheios a esta situação ou seja, ao problema de poder não haver - um dia - dinheiro externo disponível para suportar o funcionamento básico da Nação, nos EUA, a luta democrata face aos republicamos recrudesce cada vez que se torna necessária uma nova autorização do congresso para aumentar os limites da dívida...

Na Europa, a questão será mesmo o peso do Estado e do seu modelo de Estado Social. Onde, em muitos países, o nível de vida que é assegurado à população, via distribuição (socialista) de rendimentos e serviços suportados por recursos públicos inexistentes (logo, emprestados), muito para além das possibilidades nacionais. A rigidez e o peso que o Estado e o Social têm na economia estão literalmente a levar muitos dos países europeus ao fundo.

ALEMANHA

A Alemanha é o colosso económico que se conhece na Europa.
É aquele que mais irá resistir à mudança global. Que cairá mais tarde...
Por essa razão ganhará a liderança junto aos seus companheiros europeus nestes anos finais do modelo vigente.

O modelo alemão é simples e baseia-se na organização interna, na poupança e na produção.

Mas também nos recursos financeiros oriundos dos estados vizinhos, à procura de um país-refugio para as respectivas poupanças e aplicações financeiras. O que origina liquidez e recursos financeiros disponíveis para a sua economia, à farta...

Os seus bancos, com esses recursos (que só procuram a segurança) a taxas negativas, multiplicam-se em negócios extorsionistas e muito lucrativos. E a economia pode prosperar, com as empresas com acesso fácil e barato a muita liquidez...

Mas, e há sempre um mas nestas situações, os excedentes comerciais que equilibram orçamentos e impulsionam economias dependem sempre do despesismo de outros. Só há excedentes na exacta medida dos défices de outrém...

E que, neste caso serão os dos seus parceiros comerciais "mal comportados" que desaparecerão num ápice face à nova leva de políticas "austeristas". O que colocará problemas à economia alemã, "bem comportada".

A produção alemã, que voltou a bater recordes, é actualmente garantida pelos emigrantes, principalmente muçulmanos. É desta forma que a Alemanha, internamente, assegura os fluxos económicos necessários para que a produção se mantenha no país e que, por isso, a riqueza não escape. Em paralelo com alguma deslocalização interna (Oeste>Leste, na ressaca da unificação do país) e com os vizinhos ex-comunistas que por alguns anos, lhes oferecem os pólos negativos necessários (mão de obra mais barata para a produção que controlam) para que se criem aqueles fluxos.

A verdade é que os emigrantes aceitam e asseguram (internamente) o trabalho industrial (por agora a baixos custos) mantendo a riqueza (ou seja o trabalho) no país. E é essa retenção local da produção que tem "segurado" o país.

Mas isto até quando? E com que consequências culturais?

A segunda geração de emigrantes, já integrada economicamente, mas muito menos culturalmente e com (outra) educação/formação de base, quererá os (outros) empregos, de maior remuneração e status social, que se sustentam na produção que ainda se mantém no país, assegurada pelos seus pais, potenciada pela organização, gestão e inovação germânicas e de reconhecida qualidade.

Problemas de violência urbana de origem racial (mesmo que não se queira admitir como tal) como os sucedidos em França (2005) e Inglaterra (2011) poderão acontecer em qualquer local. Casos de terrorismo inverso (contra os emigrantes) acontecerão cada vez mais. Sem salvaguardar país nenhum. Logo ficará muito claro que não bastará atribuir meios e financiamentos sociais para "aguentar" e entreter aqueles grupos de jovens de 2ª geração. Esse grupo não quererá nada menos do que usufruem os restantes grupos populacionais locais. Já não ficarão satisfeitos com os empregos dos seus pais. Nem nada que se lhe pareça...

Será um problema social e racional que se juntará ao geracional.

AS EXCEPÇÕES

Salvaguardam-se do desastre económico os países que tiverem recursos naturais, poupança e uma gestão pública (da riqueza produzida e disponível) séria e sustentada. A existência de poupanças internas - nesses países - dará segurança aos credores que, por isso, estarão disponíveis para emprestar e financiar (o que e se for necessário) a baixos custos. É mais do que evidente que a poupança interna e uma gestão pública séria são as condições fundamentais para um financiamento externo a baixos custos

Até porque haverá sempre capital disponível, que terá que ir para algum lado… para ser remunerado.

Mas nem nestes países se deixará de sentir o efeito dos novos tempos. A riqueza disponível motivará as populações a elegerem e manterem governos socialistas no poder. Que exercerão as suas funções distributivas com sapiência. Mas também abrirão a sociedade a mão-de-obra externa que ocuparão os lugares de trabalho e funções menos apetecíveis e desprestigiadas da economia. Ora, também esses emigrantes terão 2ªs gerações para os quais já não será satisfatório esse destino...

Em Oslo (o sítio menos previsível possível, numa Noruega recém-rica pelo petróleo que explora) um louco (na acção) foi visionário no que respeita a um possível futuro do seu país... e atacou a geração socialista que entendeu se estar a preparar para avançar com a desculturização do país ao aceitar desregradamente a inserção de estrangeiros que, acredita ele, iria levar a sua sociedade ao caos...

SITUAÇÃO GLOBAL

Assim, claramente, há um país em crescendo. Que é a China. Que valoriza e explora a sua maior vantagem que será não ser uma democracia

Apesar de politicamente incorrecta, esta é a sua maior vantagem. E estará a conseguir passar, internamente a mensagem que é justificavel (pelo seu sucesso global) a manutenção do seu sistema. Se assim se mantiver, o país vai crescer - à custa do arrefecimento económico do resto do Mundo - e a riqueza virá, chegando, gradualmente a mais e mais chineses…

Talvez seja por reconhecer essa vantagem que o Ocidente tanto luta pela democratização da China. Porque sabe que isso iria refrear o seu crescimento, com óbvias vantagens para si (ocidente) no estancar da hemorragia económica actual. No entanto, com cada vez mais dívidas soberanas dependentes do investimento chinês, as pressões mitigam-se. Cada vez mais...

Há outros países que crescem com as mesmas bases, mas, sendo democracias (com características próprias), terão crescimentos a ritmos muito inferiores. Nomeadamente, a Índia.

Outros ainda, que manterão um crescimento sustentado, mas à custa de recursos naturais. O que fazem hoje, com este pico de riqueza (que se esgotará a prazo) determinará o seu futuro. Uns, capitalizam e investem no futuro (Noruega). Noutros (alguns países da América Latina) as elites dirigentes desbaratam na “compra” de votos, remunerando, sem contrapartidas de desenvolvimento futuro, as classes mais desfavorecidas garantindo a sua manutenção no poder.

Restam alguns países, não estruturados (nomeadamente em África), que continuarão pobres até que se inicie uma nova fase de colonialismo. Até que sejam eles apenas os que restam como possíveis futuros “pólos negativos” para os processos de desenvolvimento futuro. Aí, os capitais poderão ser apontados para eles e chegará a sua vez.

No final, o equilíbrio mundial e global será atingido. E, de uma forma contraditória, os objectivos marxistas serão atingidos... pela via capitalista.

Entretanto, os países muçulmanos terão que gerir, com dificuldades, as suas características culturais que impedem - por si só - o desenvolvimento sócio-económico que atingirá todo o resto do mundo. Pelo que poderão ter que lutar, no verdadeiro termo da palavra, para sobreviverem.

Aparecerão países sequestradores. Que procurarão meios (bélicos e outros – terrorismo) para ameaçar os vizinhos em troca da satisfação das suas necessidades básicas. 

Para tudo isto, a Nova Sociedade deverá procurar uma resposta.

A TRANSIÇÂO

Os países desenvolvidos, iniciarão uma fase de transição para a Nova Sociedade. De uma forma mais ou menos forçada (pela rotura). E, mais uma vez, cada um à sua maneira. Porque, quer queiram quer não queiram, mais cedo ou mais tarde, haverá sempre uma perda que terá de ser gerida. Assim, terão que:

1)Assegurar níveis de produção básicos o mais localmente possível.
2)Adaptar as suas despesas à produção (e a importação à exportação).
3)Gerir esta mudança o mais tranquilamente possível, através de uma “almofada” constituída por poupança.
4)Eliminar toda a gestão em deficit. Que passará a ser impossível constitucionalmente.
5)Assegurar, assim, a redução gradual do endividamento externo que possa existir, de forma a se manter activo (e não isolado) no mercado global de bens, serviços e recursos financeiros.
6)Habituar a população à noção de que haverá uma quebra de rendimento, riqueza e qualidade de vida incontornável. Que deve ser gerida de forma socialmente equilibrada, com consequências mitigadas. Evitando roturas que poderão ser muito mais prejudiciais.
7)Procurar as estratégias necessárias para que a quebra de rendimento possa ser gerida sem prejuízo do desenvolvimento. O que obriga a um novo paradigma económico. O que obriga a uma Nova Sociedade.

Curiosamente, neste Mundo globalizado, os países dependerão muito uns dos outros. Os que se desenvolvem (e que produzem) dependerão dos desenvolvidos, consumidores daquilo que produzem. Os países desenvolvidos, consumidores, passarão a depender dos capitais que se libertam nos países em desenvolvimento, onde estará o trabalho, materializado pelas empresas e capitais da "nuvem". 

Estes capitais actuarão, em força, como almofadas sustentadoras na base financeira (dívida pública) dos países desenvolvidos, concretizando uma mudança de poder real destes países para os que deterão a produção. 

Nenhum dos três grupos (nuvem, produtores, consumidores) poderá subsistir sem os restantes. O que criará um clima de alguma "guerra fria". Se as relações comerciais e circulação de capitais foram libertos na globalização, as moedas e o factor cambial será o próximo campo de batalha. A nova "guerra fria" será uma luta de câmbios. Mas mais uma vez, será apenas um protelamento das medidas estruturais que urgem. Os equilíbrios locais terão de ser procurados nos fundamentos económicos (e sociais) e só assim, no final, poderá haver um fim feliz.

Numa Nova Sociedade.

Poder.r

Com o capital sem nação, na nuvem, materializando-se, aqui ou ali, num qualquer off-shore.
Com a produção em movimento, deslocalizando-se para qualquer parte do Mundo.

Resta, aos países desenvolvidos, o know-how, o conhecimento, a tecnologia.
Restará mesmo? Por agora, talvez sim.

Enquanto esses países tiverem as melhores infra-estruturas, serviços de saúde e educação, segurança e justiça.
Enquanto os decisores, os detentores e gestores do capital global entenderem que estes países são os melhores para viverem (com as suas famílias).
Enquanto as administrações das empresas globais não forem maioritariamente, indivíduos vindos de outros quaisquer países, onde o trabalho (e com ele, o capital) estiver.

Até que os “novos” países, em desenvolvimento, com a riqueza em crescendo, melhorem as suas infra-estruturas e as disponibilizem.
Até que as administrações das empresas globais decidam – também elas – se deslocalizar e se aproximar da produção e, com elas, levarem o resto: o know-how, o conhecimento e a tecnologia. Que, ao contrário do que se ainda vai pensando, já não são bens nacionais, mas das empresas que se deslocaram para a nuvem tornando-se, agora…globais.

Face a estas transferências (de capital, produção e do resto), onde passa a residir o poder?
Cada vez mais na nuvem e menos dentro das fronteiras nacionais. Descolou.
De vez em quando aterra e materializa-se, em Davos ou numa cimeira NATO...

O poder democrático

A democracia habilita o poder através das eleições.
Aí, os governos ganham legitimidade democrática podendo satisfazer os desejos da sua base eleitoral, maioritária. Quando esta maioria passa a ser formada, fundamentalmente por não trabalhadores subsidiados (social-dependentes, desempregados, reformados, jovens estudantes) está criado um problema. Só ganhará eleições quem prometer mais benesses a este grupo. O que leva o País para um de dois becos sem saída: ou o candidato mente e fará o contrário quando chega ao poder, ou faz o que prometeu e leva o país à falência.

Em democracia a verdade passará a assegurar uma derrota eleitoral.
Só ganhará eleições quem minta ou quem faça promessas desastrosas;
Se as cumpre, o País vai à bancarrota;
Se não as cumpre cria uma instabilidade social (na rua e na constante necessidade de rever - intercalarmente - legitimidades democráticas).

Em qualquer destas situações, os Países põem-se a jeito para perder a sua independência.
A democracia, passa a ser um problema e não uma solução.

Poder suportado na riqueza que distribui

O poder dos governos deriva, também, das suas funções, dimensão e dependência que cria na sociedade e na economia. Neste âmbito, os governos “socialistas” cresceram desmesuradamente e passaram a ser, eles próprios – e devido à dimensão interventiva que adquiriram - o problema. Com a perda de poder devido (á perda de riqueza controlada) à saída do capital da sua área de controlo, o resultado é a gestão em déficite orçamental e o fim do socialismo, vitima da globalização, ao se desenvolver um novo processo de “redistribuição” mundial da riqueza, a partir da nuvem, para além dos países e incompreensível para as gestões de esquerda, normalmente local-egoístas.

Sem recursos à altura das suas necessidades, os estados socialistas (incluem-se, aqui alguns sociais-democratas - mais sociais e menos liberais) desintegram-se. Pois especializaram-se a distribuir o "bolo", mas nunca souberam como produzi-lo. Com o capital na nuvem, com a cobrança de impostos baseado num modelo inapropriado (sobre lucros e rendimentos que passaram a escapar-lhes), ficaram com o Estado Social nas mãos, sem recursos para o garantir. Curiosamente, esta forma de governo (socialista) acaba por morrer ao se concretizar, por outras vias (do capital), a redistribuição de riqueza que sempre defendeu… Apesar de ser uma distribuição num ambiente mais amplo, mundial e global e não local onde - esgoísticamente - actuam.

Não é inusual assistirmos a protestos de esquerda contra o aumento de custos nos transportes e, em simultâneo, contestarem as políticas intervencionistas nos países que asseguram o fornecimento de combustíveis a preço razoável.

Diminuídos pela mentira ou pelas intenções contraditórias, e pela redução de recursos recolhidos para distribuição social, os governos democráticos não conseguirão ser – globalmente – competitivos.

Já vimos o que se perde. Mas, quem ganhará com este processo?

Apoio ao socialismo

Antigamente, nos países desenvolvidos actuavam vários partidos a partir de ideologias distintas: o liberalismo, a social-democracia, o socialismo e o comunismo. Isto em linhas gerais.

Sabíamos que o capital e quem o geria “puxava” para o liberalismo pois este promovia uma participação mais activa da sociedade, da iniciativa privada, na economia, incluindo na prestação de serviços sociais e até públicos.

Sabíamos…

Agora, não parece ser assim. 
As grandes empresas, de todo o tipo - inclusive as financeiras - que têm vindo a ganhar ascendente nos últimos anos, a nível global, já na nuvem - encontraram novos aliados preferenciais. Que são os governos totalitários e os equivalentes, no mundo desenvolvido: os socialistas. 

E, invertendo toda a prática passada, começaram a isolar os liberais.
Perceberam que é muito mais fácil “controlar” e “negociar” com um Estado, único e omnipresente, do que uma Sociedade activa e com iniciativa própria onde a concorrência faz reduzir as suas margens de lucro. 
Para eles, é sempre muito melhor um Estado onde os Bancos (bons, medíocres e maus) têm sempre os seus lucros assegurados e nunca caiem por perigo de “contágio sistémico” – pagam sempre os contribuintes; 
onde as comunicações, energia e transporte são quase monopólios e onde os preços são todos “sociais”;
onde os riscos ambientais são escondidos; 
onde o poder é forte; 
onde a justiça é fraca; 
onde as decisões se compram mais facilmente;
onde os passivos se acumulam e, assim, no final, tudo fica nas mãos dos financiadores.

Financiadores que deixaram de estar na terra (onde eram controlados) e passaram a estar na nuvem global…

É sintomática a crise das dívidas soberanas na Europa. Começaram onde os governos eram socialistas. Facilmente, os governantes enveredaram pelos processos desejados (pela nuvem). Um Estado Social crescente ou demasiado rígido em economias em queda (a libertar menos recursos), com consequentes défices, mais e sempre mais dívida, perda da independência e ... finalmente, o objectivo atingido: a gestão externa, pelos credores. Que estão ... na nuvem.

A situação apenas agora começou. Passará por todos os Países desenvolvidos que não se conseguirem adaptar mudando (em absoluto) as respectivas Sociedades. Pois a riqueza vai cair. Se as sociedade (desenvolvida) não estiver preparada para viver em recessão - o que será um estado normal nestes países -, teremos, como consequência, uma sucessão de défices, dívida e tomada de poder pelos credores.

O País-tipo ideal para esses grandes grupos globais é a China. Onde tudo se trata e acerta mano a mano. E em grande. Pois o governo manda mesmo e não presta contas a ninguém. E enquanto não forem todos como a China, não descansarão. E o seu instrumento serão ... os socialistas.

Por alguma razão Obama foi "levado ao colo" e ganhou o poder nos EUA. Por alguma razão o crescimento do Estado Social (sem controlo) é prosseguido por Obama. Défice e Dívida. E, em pouco tempo, também teremos os EUA capturados. Assim que tudo (ali) estiver “no ponto”, a China (e quem, a partir da nuvem, também ali manda) retirará o “tapete”.

Curiosamente, a situação actual no Japão poderá antecipar o problema e talvez precipitar o Mundo para uma situação com consequências imprevisíveis. Pois o Japão é, juntamente com a China, o maior suporte e tomador da dívida dos EUA. O terramoto-maremoto-crise nuclear de 2011 obrigará o Japão a mobilizar muitos desses recursos para acudir aos seus problemas internos. A China não estará disposta a cobrir a situação (pois o risco da insolvência será grande e poderá advir mais rapidamente do que se esperaria) o que, aliada à política socialista de Obama, conduzirá os EUA a um problema de dívida soberana em tudo idêntica à vivida em alguns países periféricos europeus. A diferença será na dimensão e nos impactos globais…

Curiosamente, a esquerda (mais clássica), no meio deste processo, vê-se instrumentalizada, pois continua a “puxar” a corda no sentido do Estado maior e mais poderoso, que não presta contas senão a si próprio. Exactamente à medida dos objectivos dos governos socialistas - convenientemente mantidos no poder face a todos os apoios que a nuvem lhes concede - e do grande capital global, curiosamente o seu mais confesso inimigo ideológico.

O liberalismo acaba, também isolado neste processo. 

E o povo que vota e elege quem o governa é facilmente manipulado. Pois a comunicação social já está tomada - é instrumentalizada - pelos interesses globais. Agradando, a estes, de sobremaneira o posicionamento "à esquerda", da classe jornalística. Que defendendo sempre, ideologicamente, o tal Estado Social que acaba sempre sendo suicida e atacando por sistema quaisquer opções ou ideias liberais, coloca os socialistas nos governos e, a médio prazo, os Países, na bancarrota e nas suas mãos...

Nova Sociedade precisa-se

Aliando todos estes  factores, chegamos a uma óbvia necessidade de rever a estrutura base da actual sociedade democrática constituída por uma governação legitimada por eleições universais. A Nova Sociedade exige um novo Estado.

Quando tudo se tornar global e o poder efectivo estiver na nuvem, pouco restará aos países desenvolvidos no modelo actual de governação e legitimação. Ou melhor, numa fase próxima, ainda restará o consumo, enquanto houver alguma riqueza disponível. Mas, até este, gradualmente, se extinguirá.

Como nos poderemos defender?

Com uma Nova Sociedade mais interventiva e que actue (com o Estado, sem dúvida) em todos os sectores da actividade (económica, social e outra). O Estado precisa de ser garante de determinados serviços públicos, mas não, forçosamente, único prestador de muitos deles.

Na Nova Sociedade, como actuará o Estado, que função terá, como se financiará?

Estado.r


Na Nova Sociedade, o Estado tem um papel importante. Assegurará um conjunto de tarefas que, por si só, o mercado não consegue realizar. Principalmente um mercado que seja global.


O Papel do Estado


Para concretizar essas tarefas o Estado terá menos funções, que, no entanto, estarão bem mais clarificadas. O Estado "paizinho" que assume tudo e tudo garante, terá o seu fim. O novo Estado passará a estar mais protegido, face a variações partidárias e ideológicas.

A Constituição deixará de definir direitos. E passará a listar objectivos. Que serão ou não cumpridos em função dos recursos que aos mesmos estarão consignados. E estes serão os possíveis, os existentes e disponíveis e não os ideais, indisponíveis e só acessíveis com base em endividamento externo.

A garantia de um Suporte Social será uma das tarefas mais importantes do Estado, na Nova Sociedade. Garantindo uma base de bem-estar (a possível, em função exacta da riqueza produzida no país) da população e, desse modo, reduzindo a instabilidade social e mobilizando-a para a produção de riqueza.

O Estado deverá garantir serviços sociais, acessíveis a todos. A partir de um Estado Social Sustentável. Não será prestador de todos os serviços. Bem pelo contrário será, gradualmente, cada vez menos prestador e cada vez mais, garante dos mesmos. O papel de prestador de serviços deverá reduzir-se às situações em que o mercado não seja capaz de assegurar (num determinado momento, situação ou zona geográfica) os objectivos previamente definidos. Objectivos estes que, por sua vez, serão sempre dinâmicos e flexíveis, numa adaptação constante aos recursos que a economia consiga libertar para esses efeitos.

Teremos uma fasquia que separará o mercado em duas partes. Uma delas, estruturante (sector primário e energia), "acontecerá" localmente, onde as regras de concorrência global não poderão actuar. Nesse âmbito, as políticas, regras, dinâmicas e intervenções serão totalmente locais, zonais e regionais.

Ao Estado, como prestador de serviços, caberá claramente, um grupo de tarefas de maior amplitude: a segurança interna e externa, a diplomacia e representação do país no exterior, a administração da justiça, a fiscalidade, a legislação, a gestão orçamental e a definição e fiscalização de todas as actividades públicas. Sem prejuízo de haver estruturas (de fiscalização e controlo) não eleitas que dependerão de poderes distintos e independentes dos primeiros.

Na Nova Sociedade, os processos gestionários serão muito simplificados pelo que a dimensão do Estado será muito menor. Menos clientelar e com uma estrutura mais facilmente removível e substituída quando a opção eleitoral isso exigir. O seu papel estará mais balizado, na Constituição e a sua estrutura será mais técnica.

Ficam totalmente inibidas grandes inovações conceptuais (sem prejuízo das mudanças) e tudo (ou quase) estará orçamentalmente limitado pelos recursos disponíveis. É óbvio que haverá resistências (das actuais classes políticas, instaladas) a esta mudança, mas o ponto a que se chegou (e se vai chegar) não deixará outra opção.



A gestão política de topo será determinada por opções eleitorais. Num Estado mais leve as opções que poderão ser concretizadas mais frequentemente pois originarão mudanças menos significativas.

Os níveis máximos dos impostos a cobrar serão definidos pela Constituição que, nesta matéria terá, também, instrumentos de salvaguarda da sua própria alteração. Ou seja, a alteração desses valores é impossível em anos eleitorais e pré-eleitorais e, nos outros anos, obrigam a maiorias qualificadas. E as variações não poderão ir além de 1% ao ano.

O Estado Social “europeu” é considerado, pelos políticos socialistas da velha guarda, como uma conquista dos povos onde existe. Infelizmente, salvaguardados os interesses dessa “velha guarda”, integrados numa geração em que muitos (outros) contribuíram ou contribuem para poucos (eles), já  pouco resta desse modelo. Agora, moribundo, assegura cada vez menos aos que têm que contribuir para que outros gozem de direitos que nunca terão quando chegar a sua vez. Direitos adquiridos, argumenta a velha guarda socialista...

Este modelo de reforma, de solidariedade, em que quem trabalha contribui para quem está reformado está totalmente obsoleto, numa altura em que a pirâmide populacional em que se suportava está invertida.

O único modelo possível é o da poupança, em complemento ao Suporte Social garantido como base social generalizada. Cada indivíduo que pretenda usufruir de melhor nível de vida no seu futuro, para além daquela, deverá criar a poupança devida.

É mesmo este Estado Social, desenhado e criado pela geração "grisalha" nascida durante o "baby boom" dos anos pós 2ª Guerra Mundial, que está a delapidar todas e quaisquer possibilidades dos países desenvolvidos europeus se adaptarem aos novos tempos e à Nova Sociedade. É essa rigidez que impossibilita a adaptação e um novo arranque rumo à estabilização social que, como vimos, poderá não poder conviver com o crescimento económico que será, cada vez mais, uma ilusão, nos países desenvolvidos.

O Estado-Social europeu (que os EUA, em contra-ciclo - "yes we can" - pode estar a tentar seguir) é apenas mais um esquema de Ponzi a caminho da rotura. Que não chegará, de forma alguma, às próximas gerações. Apesar destas últimas estarem, ainda - até quando - a salvaguardar os benefícios aos actuais e (muito) próximos reformados. Ou seja, os referidos grisalhos da “velha guarda” que, por puro egoísmo e com unhas e dentes ainda vão fazendo a defesa de um modelo impossível.

O Não-papel do Estado

Mas tão (ou mais) importante que o papel do Estado é o não-papel do Estado.


O erro das governações socialistas que pulularam a Europa nas últimas décadas foi o crescendo intervencionista. O Estado passou a fazer coisas demais, muitas vezes com efeitos e resultados inversos dos pretendidos.

O Estado Social é um dos exemplos. Ao invés de eliminar a exclusão social, incentivou-a. Ao atirar dinheiro (o peixe e não a cana) para os problemas, multiplicou-os. Desde que foi criado, o modelo apenas cresceu, criando cada vez mais dependentes.

Ao fazer crescer o seu papel intervencionista de (pseudo)protecção da economia, aproximou-se do planeamento central comunista (Estado "paizinho") e passou a necessitar de mais recursos para o efeito. Para obter esses recursos, caíu sobre as empresas e sobre os cidadãos, cobrando cada vez mais impostos, a troco de serviços e actividades cada vez menos interessantes para os contribuintes. O desajuste cresceu e tornou-se insustentável.


Na área económica, o Estado na Nova Sociedade intervirá pouco.

Ao contrário do que actualmente se faz, aqui ou ali, o Estado deixará de actuar directamente sobre a economia. Bastará que saia da frente e não complique quem quer investir e empreender. Deixará de apoiar a criação e a manutenção de emprego. Emprego sem trabalho é do pior que se pode fazer ao tecido económico. Reduz a produtividade global, colocando os trabalhadores em sub-produção, incentivando ao ócio e encarecendo os produtos e serviços resultantes, que podem, pelo seu custo, deixar de ter escoamento para o mercado.

Não tentará salvar empresas em dificuldades pois essa acção pode ser absolutamente catastrófica. O mercado deve ser deixado livre. Terá períodos de expansão e de retracção (nestas fases, aproveita para se ajustar, eliminando a “má moeda”).

Consideremos três restaurantes numa praça. Cada qual com as suas características, gestão, qualidade e preços. Com a quebra da economia, um terço dos seus clientes desaparecem. O restaurante menos bem gerido ou apetecível começa a apresentar sinais de insustentabilidade e candidata-se a apoios estatais para “salvar os empregos”. Recebe dinheiro, vantagens fiscais, alongamento de prazos de pagamento, acesso a contas correntes a baixas taxas de juro. Tudo para “proteger os empregos”. Para que esses apoios se viabilizem e existam, o Estado aumenta os impostos, sobre os outros dois restaurantes… que, em pouco tempo (não nos esqueçamos que também sofrem com a redução do número de clientes) começam a definhar. E, como o vizinho, recorrem aos apoios governamentais. O Estado, sendo de Direito, se dá a um tem de dar aos outros. Para isso, aumenta os impostos. Logo, logo, está a apoiar todos e - para isso - a recolher impostos para o efeito. Acabando por dar o mesmo que recolhe fiscalmente. Com resto zero. Ou melhor, com resto negativo pois suporta também os custos administrativos e de gestão da máquina fiscal e de incentivo económico... 

Mas, o pior da situação é que estes apoios, passando a ter efeito nulo, são apenas processos de adiamento da rotura perante situações sem saída. Em pouco tempo, todos os restaurantes (cada um com 2/3 da clientela usual) têm que encerrar portas, por insustentabilidade financeira. Os empregados ficam sem trabalho e os clientes passam para os restaurantes na praça seguinte. Depois de ganha fidelidade à nova praça será tremendamente difícil inverter a situação num futuro próximo. Poderá ter sido tudo perdido para a praça em questão.

Se o restaurante menos bem gerido e apetecível (dos três) falisse simplesmente, os outros dois ganhavam condições (e clientes) para se manterem activos. O Estado nada gastaria no processo de salvação do restaurante mais frágil e para dar esse dinheiro não aumentaria os impostos. Os restaurantes restantes (mais saudáveis financeiramente), ganhando os clientes do restaurante encerrado, talvez até empregassem os seus melhores funcionários. 

Sobreviveriam os melhores restaurantes e ganhar-se-ia qualidade na oferta média. E salvar-se-ia a economia na praça. Dentro de algum tempo, poderiam estar reunidas as condições para reabertura de um novo restaurante, mais moderno e bem gerido. E com ele, um novo processo, que até poderá provocar o encerramento de outro restaurante, sem que isso seja considerado uma anormalidade a impedir e evitar pelo Estado. É a lei normal da vida em que se nasce, vive e morre e onde devem sobreviver os mais aptos e produtivos.

O risco de assim não se proceder é um risco com consequências graves de mais.

O Estado deve intervir no mínimo e não-intervir o mais que lhe for possível. Reduzindo os impostos, as burocracias, os obstáculos. Libertando a economia de espartilhos. Esse não-papel, libertando o empreendedorismo, será a maior transformação do Estado na Nova Sociedade.