Socialismo.r

Depois da queda do comunismo, o socialismo está, também ele, a chegar ao fim. Mas por razões distintas.

Se o comunismo se finou pela falta de liberdade e pelo baixo nível de vida das populações que foram sujeitas a esse regime - a comparação BMW-Trabant aquando da queda do muro de Berlin foi ilustrativa -, o socialismo morre no Século XXI pelo não ajustamento às novas condições económicas e financeiras trazidas pela globalização.

Que advêm de uma nova redistribuição de riqueza, desta feita, a nível global.

Em termos simplistas, poderemos concluir que os objectivos (ideológicos) socialistas de distribuição equitativa da riqueza, numa sociedade em crescimento, ao nível local e regional, nos países desenvolvidos, revela-se insustentável, perante um processo que assegurará esses mesmos objectivos, à escala global.


Nesse processo, e porque o planeta não cresce, haverá, forçosamente, um win-lose final em que a estabilidade acontecerá bem abaixo do actual nível de vida nos países desenvolvidos e algo acima daquele que actualmente a população média nos países em desenvolvimento usufrui.

Primeiro o comunismo e depois o socialismo “romântico” e revolucionário dos finais do século XX, incluindo a chamada terceira via, não terão lugar neste século XXI. Que se inicia, justamente, com as crises e movimentos que forçarão esse desiderato.

Os socialismos nacionais, que resistiram ainda à passagem de século demonstram um enorme egoísmo (face a outros povos). Pois lutam por um crescimento económico e uma igualdade dentro de fronteiras, mesmo que à custa de recursos subtraídos ao - ou concedidos por empréstimo pelo - exterior.

Porque não se ajusta o socialismo?

Porque os socialistas promovem a igualdade por baixo.
Actuam como o Robin dos Bosques, equilibrando na mediocridade. Tira aos “ricos” para dar aos “pobres” sem que se acrescente algo ao todo. Pelo contrário, ao tirar aos que têm  -  porque produzem - alguma riqueza desmotivam-nos. Ao dar a quem não tem (por qualquer razão) criam uma ilusão.

O resultado final é dramático. Quem produz, passa a produzir menos pois não há qualquer vantagem em se superar (é-lhes retirado demasiado e cada vez mais). E quem recebe esse dinheiro, sossega e ganha confiança com base naquilo que vai recebendo (o peixe e não a cana) estar eternamente garantido. Com cada vez menos para distribuir (pois o rendimento começa a esvair-se nos países mais desenvolvidos), os regimes socialistas caiem um após outro…

Os socialistas combatem as elites, num processo recorrente de inveja.
O socialismo acha que todos são capazes de chegar ao mesmo ponto. E, infelizmente não são. 


Nem todos os futebolistas profissionais podem chegar à Liga dos Campeões, como de entre estes, só alguns chegam às equipas finalistas e, no final só haverá um Ronaldo e um Messi, no topo da pirâmide.

Quando se apercebem disso e incapazes de aceitar esse fracasso, entram num frenesim de igualizar, agindo contra os que conseguem chegar mais alto. Afinal, também assim conseguem esbater as desigualdades....


Imaginemos que Messi o Ronaldo, para reduzir as desigualdades, ficariam limitados a treinar num pelado e em equipas de terceira divisão. O que se perderia...

A verdade é que nem todos podem fazer o mesmo e ao mesmo nível, mas todos se podem adaptar e encontrar um lugar participativo na sociedade, mesmo que áreas de actuação e em níveis distintos uns dos outros. 


Alguém que não consiga ser o Ronaldo no futebol, pode encontrar o seu lugar noutro desporto. 
Alguém que não consegue ser médico, poderá ser cozinheiro, engenheiro, carpinteiro ou dentista e aí ser o melhor. 
Mas se introduzimos medidas compensatórias para equilibrar o que não é igual, o futebolista menos bom pode ser tentado a se manter no futebol e nunca tentar a "arte" onde poderia encontrar a sua plena realização e felicidade. Maximizando o seu contributo para a (riqueza da) Sociedade onde actua.


Os socialistas não o permitem, cortando qualquer processo de "crescimento" individual. Por um lado, serciando a premiação a quem produz, retirando-lhe grande parte da riqueza obtida para distribuir por outros, concedendo “rendimentos garantidos”, imobilizadores de qualquer potencial pessoal que aí, possa existir.

Os socialistas centram a sua ideologia e focam a sua actividade na distribuição social (rígida e a todo o custo) e não na produção (que varia e que pode ser incompatível com aquilo que se determina para a distribuição social). Determinam limites de pobreza que, para serem atingidos por todos, exigem uma recolha de recursos junto dos que a produzem, sugando a economia e quem produz, no afã de assegurar aquela distribuição de níveis mínimos de riqueza "garantida", a todos, mesmo que muito acima da produção possível. E, pior do que assegurar esse processo por via do endividamento (a suportar pelas gerações vindouras), asfixiam a economia e a respectiva produção que poderia (através do seu crescimento) assegurar o pagamento das dívidas e as acções sociais de redistribuição de riqueza no futuro.

O socialismo determina direitos (muitos) e desvaloriza os deveres (poucos).
E concentra-se em definir regras de eternização dos primeiros, que se tornam rígidos e inadaptáveis aos tempos de “vacas magras”. E, nos tempos de “vacas gordas” são especialistas em ignorar qualquer constituição de provisões para períodos menos prósperos. São cigarras e não formigas.

É facilitista na educação.
O socialismo, no seu afã de igualar e equilibrar a todo o custo, introduz mecanismos “artificiais” e renega as elites. Concentra-se naqueles que estão no fim da escala (o que não é mau, de base) mas ignora as elites, não motivando o seu desenvolvimento. Defende as carreiras únicas, reduzindo os níveis de exigência. Dessa maneira, facilita o trabalho aos bons, não motivando a sua melhoria, só com a finalidade de criar níveis de exigência acessíveis aos mais fracos. Tudo isto resulta mal pois, no final, teremos uma sociedade sem líderes, sem elites, sem empreendedores. De cidadãos ensinados a se ajustarem a médias medíocres e a não procurarem níveis de execução e produção exemplares. Uma sociedade decrépita, destinada a ser superada e engolida pelas outras, que não seguem essa ideologia.

Não premeia os bons.
Como vimos, os governos socialistas promovem a igualdade. Não reconhecem que muitos têm limitações. Que são inerentes à humanidade. Não podendo superar essa inevitabilidade, e não reconhecendo o “erro ideológico” da procura da igualdade (impossível), avançam para a única solução possível: passam a procurar a igualdade promovendo a “descida” daqueles que estão acima das médias que estabelecem. Não havendo premiação da qualidade, esta passa a ser desmotivada e desaparece. Mas, mais grave, numa sociedade socialista, “em terra de cegos, quem tem um olho, trata de fecha-lo”.

Conta-se que um professor universitário de economia disse um dia, que nunca tinha chumbado um só aluno antes, mas tinha, uma vez, chumbada uma turma inteira.
Essa turma, em particular, tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, seria tudo igualitário e 'justo’.
O professor então disse, "tudo bem, vamos fazer uma experiência socialista nesta turma. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas em provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma, e, portanto seriam 'justas’. Isso queria dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significava que ninguém chumbaria. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores...
Logo que a média das primeiras provas foi tirada, todos receberam 14. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram também se aproveitar da media das notas. Portanto, agindo contra as suas tendências, copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como resultado, a média do segundo teste foi 10.
Ninguém gostou.
Depois, no terceiro teste, a média geral foi um 5.
As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da turma. Portanto, todos os alunos chumbaram... Para sua total surpresa.
O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela fora baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foram o seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós”.
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."


Não é possível legislar em prol da liberdade dos pobres, legislando de forma a cortar a liberdade dos ricos.
Tudo que uma pessoa recebe, sem que tenha trabalhado, virá necessariamente do trabalho de alguém que não receberá por isso.
Um governo não pode dar algo a quem quer que seja, que este mesmo governo não tenha tirado antes de outra pessoa.
Quando metade da população de um país entende que não precisa trabalhar, porque a outra metade da população cuidará e proverá por ela, a metade que se vê obrigada a prover a outra entenderá que não adianta trabalhar, porque o fruto de seu labor não será seu.
E esse é o fim de qualquer nação.
Não há como multiplicar a riqueza pela subtracção.
Adrian Rogers

Tem dificuldades em apoiar e valorizar a família estrutural, estruturante da sociedade e reprodutiva e prefere escolher as causas fracturantes (que não levam a lugar nenhum). Talvez reconhecendo a “morte” da sua ideologia, nos aspectos essenciais tenham sempre que em contrapartida, lançar “areia nos olhos” dos seus (ainda e cada vez menos) seguidores. Desenterrando causas sociais ditas "fracturantes" e "progressistas". Esquecendo que, também essas, conduzem a sociedade a becos sem saída.

Escolhe como centro da sua governação o Estado Social (o dar) que o permite continuar a ganhar eleições democráticas, em detrimento da Economia que permitiria criar resursos que libertariam riqueza que poderia ser distribuída. Fazendo, dessa forma, como o “assassino” da galinha ovos de ouro. Conduzindo os países que assim governa, ao abismo…

Escolhe o Estado (que cresce, cresce) para fazer tudo, mesmo naquilo que a iniciativa e economia de mercado pode fazer melhor.

Luta pelo fim das Desigualdades e não pela melhoria das condições de vida dos mais fracos. O que é completamente diferente.

4 comentários:

RioD'oiro disse...

http://fiel-inimigo.blogspot.com/2011/04/astronomia.html

Chapelada.

Gonçalo disse...

Texto revisto:

Em termos simplistas, poderemos concluir que os objectivos (ideológicos) socialistas de distribuição equitativa da riqueza, ao nível local e regional, nos países desenvolvidos, revelam-se insustentáveis, perante um processo que assegurará esses mesmos objectivos, à escala global.

Neste processo, e porque o planeta não cresce, haverá, forçosamente, um win-lose final em que a estabilidade acontecerá bem abaixo do actual nível de vida nos países desenvolvidos e algo acima daquele que actualmente a população média nos países em desenvolvimento usufrui.

john disse...

Este texto devia de ser lido nas escolas básicas e secundárias. É um bom manifesto anti-socialista.

Rui Costa disse...

Muito em linha com a filosofia do Objectivismo de Ayn Rand. O seu livro Atlas Shrugged é uma descrição de como uma sociedade "social" termina.