O capital subiu para a nuvem.
Escapando-se dos controlos nacionais.
A globalização dos mercados e a circulação livre dos recursos financeiros foi estabelecida e é, agora, incontrolável. Haverá sempre refúgio
para o capital, longe dos controlos nacionais.
A taxação e fiscalidade sobre os referidos recursos financeiros tornaram-se
impossíveis. E é um erro a insistência de alguns países nesses processos. Nestes casos, as
fugas de capitais resultantes serão incrementadas e aceleradas, tornando-se dramáticas
para esses países.
O processo é – academicamente - interessante.
Penalizam-se os países “mal comportados”, retirando-lhes, das mãos, os capitais criados (excedentes, lucros, poupanças, fundos) que acabam por serem direccionados
para o exterior onde se garantem rácios de segurança/rentabilidade muito superiores.
Nesses casos, o ciclo poupança-investimento inibe-se e vai subindo de nível
(inibindo-se nos níveis local, regional e nacional) e acaba no topo da escala. Não se
empresta localmente, não se empresta entre bancos. Todos os excedentes são
encaminhados para os mais altos níveis dos mercados financeiros globais… onde a
percepção do local, simplesmente, não existe.
Os países “cigarra” onde se governa mal (com base em défices
repetitivos e dívidas acumuladas) acabam penalizados num determinado momento, ao
se confrontarem com a inexistência de liquidez e capital para o refinanciamento
das suas dívidas e para a cobertura do défice que se segue…
Mas se aí apenas se enfrenta a realidade, o verdadeiro problema vem depois.
O país em questão pode rever a sua atitude. E mudar...
Assumindo, com empenho, uma fase “formiga”, de contenção e
ajuste.
Infelizmente, quando esta fase se inicia, não há qualquer
“remédio” estabelecido institucionalmente que reactive as disponibilidades de
tesouraria que vitalizem a Economia e que reponham o ciclo virtuoso
poupança-investimento ao nível nacional, que é determinante para que se
potencializem as medidas de contenção tomadas.
O que impõe uma penalização dramática e definitiva ao
primeiro erro, sem regresso…
Nestes casos, são necessários novos instrumentos e novos
meios de intervenção e controlo: os títulos seguros e um governo económico.
E a poupança, sendo o combustível do motor económico que é o investimento deixa de ser vista como um mero recurso a taxar. Passa a ser "tratada com pinças" para que se mantenha junto à população que a gera, potenciando o crescimento local, através do referido ciclo virtuoso poupança>investimento.
Afinal, para o que interessa, vale tanto um euro de investimento externo como um euro de poupança interna que se mantém no "terreno".
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