Na Nova Sociedade, o Estado tem um papel importante. Assegurará um conjunto de tarefas que, por si só, o mercado não consegue realizar. Principalmente um mercado que seja global.
Teremos uma fasquia que separará o mercado em duas partes. Uma delas, estruturante (sector primário e energia), "acontecerá"
localmente, onde as regras de concorrência global não poderão actuar. Nesse âmbito, as políticas, regras, dinâmicas e intervenções serão totalmente locais, zonais e regionais.Na Nova Sociedade, os processos gestionários serão muito simplificados pelo que a dimensão do Estado será muito menor. Menos clientelar e com uma estrutura mais facilmente removível e substituída quando a opção eleitoral isso exigir.
O seu papel estará mais balizado, na Constituição e a sua estrutura será mais técnica.A gestão política de topo será determinada por opções eleitorais. Num Estado mais leve as opções que poderão ser concretizadas
mais frequentemente pois originarão mudanças menos significativas.O erro das governações socialistas que pulularam a Europa nas últimas décadas foi o crescendo intervencionista. O Estado passou a fazer coisas demais, muitas vezes com efeitos e resultados inversos dos pretendidos.
Na área económica, o Estado na Nova Sociedade intervirá pouco.
Ao contrário do que actualmente se faz, aqui ou ali, o Estado deixará de actuar directamente sobre a economia. Bastará que saia da frente e não complique quem quer investir e empreender.
Deixará de apoiar a criação e a manutenção de emprego.
Emprego sem trabalho é do pior que se pode fazer ao tecido económico. Reduz a produtividade global, colocando os trabalhadores em sub-produção, incentivando ao ócio e encarecendo os produtos e serviços resultantes, que podem, pelo seu custo, deixar de ter escoamento para o mercado.
Consideremos três restaurantes numa praça. Cada qual com as suas características, gestão, qualidade e preços. Com a quebra da economia, um terço dos seus clientes desaparecem. O restaurante menos bem gerido ou apetecível começa a apresentar sinais de insustentabilidade e candidata-se a apoios estatais para “salvar os empregos”. Recebe dinheiro, vantagens fiscais, alongamento de prazos de pagamento, acesso a contas correntes a baixas taxas de juro. Tudo para “proteger os empregos”.
Para que esses apoios se viabilizem e existam, o Estado aumenta os impostos, sobre os outros dois restaurantes… que, em pouco tempo (não nos esqueçamos que também sofrem com a redução do número de clientes) começam a definhar. E, como o vizinho, recorrem aos apoios governamentais. O Estado, sendo de Direito, se dá a um tem de dar aos outros. Para isso, aumenta os impostos. Logo, logo, está a apoiar todos e - para isso - a recolher impostos para o efeito. Acabando por dar o mesmo que recolhe fiscalmente. Com resto zero. Ou melhor, com resto negativo pois suporta também os custos administrativos e de gestão da máquina fiscal e de incentivo económico...
Se o restaurante menos bem gerido e apetecível (dos três) falisse simplesmente, os outros dois ganhavam condições (e clientes) para se manterem activos. O Estado nada gastaria no processo de salvação do restaurante mais frágil e para dar esse dinheiro não aumentaria os impostos. Os restaurantes restantes (mais saudáveis financeiramente), ganhando os clientes do restaurante encerrado, talvez até empregassem os seus melhores funcionários.
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