Uma Nova Sociedade...
Os desafios futuros, para as actualmente denominadas sociedades desenvolvidas são grandes. São mesmo determinantes para a sua sobrevivência.
Ultrapassado (que está, já há alguns anos) um período mais ou menos longo de significativo crescimento económico-social, baseado na disponibilidade de energia e matérias-primas baratas, num Mundo globalizado onde:
o poder, realmente decisivo, extravasou as fronteiras e se instalou na “nuvem”;
os avanços tecnológicos reduziram enormemente o trabalho disponível;
a globalização leva, gradualmente, a produção (e o trabalho associado) para os países onde os bens e serviços acabam mais baratos e concorrenciais no mercado mundial, sobrepondo-se - e erradicando - os restantes;
o crescimento económico regular acabou, quebrando a sustentabilidade da dívida e dos défices recorrentes;
se iniciou um período de recessão persistente ou, melhor, de ajuste em baixa, num processo de convergência com a outra metade do Mundo, emergente;
o número dos não trabalhadores subsidiados ultrapassou o número de trabalhadores contribuintes;
uma enorme massa de indivíduos em grandes países em desenvolvimento aspira e assegura gradualmente uma melhorias da sua qualidade de vida - mesmo assim - para patamares mínimos em relação aos usufruídos pelos habitantes dos países desenvolvidos;
o Estado Social, a democracia e o sistema eleitoral levam os países desenvolvidos a becos sem saída;
os habitantes de países sem futuro, imigrantes, passaram a ser o garante produtivo nos países desenvolvidos onde a demografia é deficitária;
será necessário atenuar a pressão sobre o ambiente e sobre o planeta onde vivemos, que é a nossa casa e onde teremos de encontrar e garantir a sustentabilidade;
Precisamos de uma Nova Sociedade que nos assegure uma Existência Sustentável.
2 comentários:
Olá Gonçalo,
Permita-me discordar ali do ponto dos avanços tecnológicos terem reduzido o trabalho disponível. Isso não é verdade.
O que aconteceu foi uma transformação do trabalho, transformação essa que não foi acompanhada pelo desenvolvimento dos recursos humanos.
Agradeço o comentário. Vou tentar clarificar a situação no capítulo respectivo.
Sim. Essa efeito foi uma realidade durante muitos anos. Simplesmente há inflexões sociais significativas a ocorrer neste momento que levam MESMO a que a introdução de avanços tecnológicos tenham efeitos directos na redução do trabalho disponível. Isto porque, em muitas áreas básicas estão atingidos limites (num campo de trigo pode-se fazer crescer a produção por trabalhador, mas dificilmente a produção por m2).
Assim, não haverá um acréscimo de riqueza para o todo, mas haverá talvez para o trabalhador que não é despedido. Que, mais rico, pode dispensar algum do rendimento em entretenimento. Onde se criam os tais mais empregos...
Simplesmente,as sociedades desenvolvidas já não crescerão mais. Ou iniciam uma queda controlada e sustentada ou cairão muito para voltar a estabilizar já bem lá em baixo.
Como sabemos bem,onde não há crescimento económico, muito dificilmente há recuperação de empregos perdidos. E isto é também válido para os empregos perdidos pela introdução de novas tecnologia. Que não deixam se ser fundamentais para que a produção se mantenha concorrencial e viável. Não modernizar é bem pior. O risco é a perda total...
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